O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, que é o principal exportador dessa matéria prima para o mundo todo. Apesar de ser tão popular no país, a bebida não é igual em todas as regiões. O sabor, o preparo e até mesmo os seus acompanhamentos são diferentes em cada estado.

No Maranhão, por exemplo, o típico cafezinho sempre tem como aliado o cuscuz, o beiju com manteiga ou aquela farofa, hábitos que viraram tradição. Com o objetivo de fortalecer essa cultura, três maranhenses, Aline Figueiredo, Carlos Figueiredo e Fernando Coelho, resolveram abrir uma cafeteria na ilha que mistura sabor e história, o Café Ideal.

“Passamos um bom tempo conversando e estudando sobre abrir uma cafeteria, pois somos apaixonados por café e pela cultura do nosso Maranhão. Unindo essas duas ideias, surgiu o Café Ideal, que vem com uma proposta regional, de ressignificação de um alimento icônico em nossa culinária, que é o cuscuz ideal com café”, relata Aline Figueiredo, que ressalta outros hábitos culturais:

“Também oferecemos o café com farinha, um alimento que nossos pais e avós cresceram comendo”.

A transição

A cafeteria nasceu durante a pandemia como um empreendimento delivery, e passou por uma rápida e intensa transição até se tornar um ponto físico para receber clientes. A evolução se deu pela popularidade do serviço, que foi abraçado pelos maranhenses.

“Foi uma grande oportunidade comercial, seguida da validação de algumas de nossas principais premissas no planejamento da cafeteria. Fizemos todo o plano de negócio, orçamento, criação de cultura organizacional, identidade da marca e seguimos para a prática”, conta Aline. Sobre a sociedade tripla, ela explica:

“É um complemento de competências. Cada um de nós é especialista em algo e temos aprendido a aproveitar o máximo do talento de cada um”.

Abrir um novo negócio não é um processo fácil, ainda mais quando o mundo está passando por uma crise, que limita o cotidiano e que desestabiliza o mercado econômico. Diante dessa problemática, o Café Ideal tem se adaptado não apenas às medidas de higiene, mas também às necessidades emocionais dos clientes.

“Nossa cafeteria é um lugar de refúgio, um lugar onde se pode trabalhar tranquilamente para quem está em home office, bater um papo ou mesmo fazer uma descompressão de um mundo tão cheio de dificuldades”, conta a empresária.

Principais desafios

Mas não é apenas a pandemia que tem sido um desafio para Aline, Carlos e Fernando. Outra barreira que precisa ser enfrentada é a falta de profissionais com as qualificações necessárias para integrar a equipe. Pensando nisso, a empresa tem adotado algumas estratégias, como um programa interno de capacitação.

“Nosso maior desafio é encontrar mão de obra qualificada, por isso que agora temos um programa interno de capacitação. Também, como todo o empreendedor brasileiro, não podemos deixar de citar que todas as questões fiscais e tributárias, que são um peso muito grande para quem é pequeno empresário”, diz Aline.

Sendo parte de um mercado relativamente novo na capital, o Café Ideal agora integra a lista de cafeterias locais e se diferencia pela sua proposta baseada na cultura maranhense.

“São Luís tem ótimas cafeterias e há espaço pra todo mundo trabalhar e se sair bem. Além disso, cada empresa tem o seu diferencial, o nosso por aqui é que todos os cafés consumidos na cafeteria estão à venda na Boutique Ideal, em grãos e moído, para que nosso cliente leve esta experiência pra casa”.